Enquanto o mercado acompanha os desdobramentos das falas do presidente nas manifestações de terça-feira, o Ibovespa recua quase 2,80%

Porto Velho, Rondônia - O dia seguinte ao 7 de Setembro é de tensão nos ativos locais, com dólar voltando a bater em R$ 5,30 e o Ibovespa descendo aos 114 mil pontos. Boa parte da postura defensiva vem da preocupação com o aumento da tensão política, mas o exterior negativo também dá sua contribuição.

Às 13h20, o dólar tinha alta de 1,98%, sendo cotado a R$ 5,2791, depois de atingir a cotação de R$ 5,3096, na máxima do dia. O Ibovespa, principal índice da B3, a Bolsa de São Paulo, recuava 2,78%, chegando aos 114.549,97 pontos.

O temor maior, de protestos violentos pelo País na terça-feira, 7, não se concretizou, mas os discursos do presidente Jair Bolsonaro em Brasília e São Paulo nas manifestações pró-governo alimentam a crise institucional.

Bolsonaro reforçou as ameaças ao Supremo Tribunal Federal (STF), instando o presidente da corte, Luiz Fux, a "enquadrar" o ministro Alexandre de Moraes. "Ou ele se enquadra ou pede para sair", disse, e sinalizou que não vai mais cumprir ordens do ministro. As atenções nesta quarta-feira, 8, se voltam à abertura da sessão do STF, às 14h, quando Fux fará um pronunciamento em nome dos integrantes da Corte.

Para o mercado, está em jogo não somente o futuro da solução para os precatórios costurada pelo Judiciário assim como toda a agenda de reformas nos próximos meses, na medida em que a fala do mandatário também desencadeou movimentação dos partidos em torno de pedidos de impeachment do presidente.

As perdas no mercado brasileiro se acentuaram perto do meio-dia, com o anúncio do pronunciamento do presidente da Câmara, Arthur Lira, no início da tarde.

A Bolsa começou a tarde com poucas ações em alta e queda liderada pelo setor financeiro. No mercado de juros, os dois dígitos já chegam também à taxa do DI para janeiro de 2025, nas máximas.

No exterior, pesam preocupações sobre o crescimento da economia dos Estados Unidos em face do aumento de casos de covid-19 e da fraca geração de empregos em agosto. A busca pela segurança ampara o avanço generalizado do dólar e afeta as ações.

Pouco depois do meio-dia, o índice Dow Jones tinha queda de 0,18%, o S&P 500 recuava 0,28%, e o Nasdaq perdia 0,82%. 

O petróleo sobe, com o mercado de olho no ritmo da retomada da produção no Golfo do México após a passagem do furacão Ida. / LUCIANA XAVIER, PAULA DIAS E MARIA REGINA SILVA

Fonte: O Estadão